quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Culpa.

Hoje eu estava vivendo um dia comum: um dia de correria, de metas, de agenda a ser cumprida, de provas, de trabalhos da faculdade para entregar. Uma vida tão lotada de atividades que você começa a parar de pensar e apenas fazer. Deixa de refletir sobre o verdadeiro sentido das coisas, sobre o que é realmente importante nesse mundo... Pois bem, eu estava vivendo mais um dia de puro egocentrismo até que minha irmã mais nova chega em casa arrasada com um caso que ela atendeu no trabalho dela (ela está no ramo de assistencialismo social): uma senhora com dois meninos, um de seis e um de sete meses de idade, foi ao local de trabalho dela pedir ajuda. Esta senhora disse que seu esposo é muito violento, que desconfiava que ele violentava seu filho mais velho mas que só teve certeza das atrocidades cometidas hoje, quando encontrou seu bebê de sete meses com o ânus sangrando. Minha irmã falou que o bebê ainda estava sangrando e que não parava de chorar. A criança mais velha estava arredia, com medo de tudo. Ambos foram encaminhados para os órgãos responsáveis, mas é IMPOSSÍVEL ignorar uma história tão triste como esta. O que podemos fazer para evitar isso tudo? Como melhorar essa sociedade cada vez mais doente? Não consigo parar de pensar que a culpa disso tudo também é minha: ignorar as necessidades alheias também nos tornam culpados. Condenar alguém específico, como? São brutalidades cometidas e repassadas como uma tradição, de pai para filho. Sou culpada porque faço parte de uma sociedade e, como dizia Rosseau, "O homem é bom por natureza. A sociedade é que o corrompe".

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