quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um pouco de blá blá blá e um bom argumento...

Desde pequena eu sempre me dei melhor com os meninos. Isso era uma dor de cabeça para meu pai que, machista como ele era, acreditava que meninas deveriam brincar com meninas. Consequência disso: ficava sempre em casa, de castigo! Na minha cabeça, infantil e ainda inocente, eu nem imaginava o porquê dessa proibição. O tempo passou e meus melhores amigos continuaram sendo, na maioria, homens. Vez ou outra eu saio com algumas meninas até mesmo para não perder a feminidade, mas quando menos espero, lá estou eu no clube dos bolinhas.

Ultimamente tenho percebido que as mulheres tem uma idéia bem radical sobre os homens. Eles falam, sim, sobre mulheres e futebol, mas bem menos do que imaginamos.

Hoje, numa roda de amigas do trabalho, elas entraram num consenso: os homens são todos iguais, só pensam em sexo e mulheres “boazudas”. Eu discordei: por conviver com os dois lados eu sei bem que os bolinhas se interessam por sexo tanto quanto nós, as luluzinhas. A diferença é que eles não se envergonham disso.

Conversando com meus amigos na faculdade sobre a conclusão das meninas de que os garotos dão muito valor à estética, eles foram bem resolutos em dizer que as mulheres se matam com cremes e cirurgias à toa. Os homens não se ligam muito nisso.

“Como assim, não tem influencia? Quer dizer que uma mulher com uma bela ‘comissão de frente’ não chama muito mais atenção?” Perguntei eu.

“Olha lá aquele carro”, disse um amigo se referindo a um carro meio abandonado estacionado à frente da faculdade. “Se aquele carro tivesse um aro de liga leve novinho eu até iria elogiá-lo, mas isso não quer dizer que eu o levaria para casa”.

...

Me convenceu e eu dei o assunto por encerrado!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

I Say A Little Prayer For You...





Eu, definitivamente, não sou o tipo que se emociona com cerimônias de casamento, mas, não sei se pelo carinho especial que tenho pelos noivos, pela beleza e romantismo da cerimônia ou se pela semelhança da história deles com a minha, o casamento que fui neste fim de semana realmente mexeu comigo. Eu queria ter feito como aqueles filmes americanos onde alguém levanta, bate na taça e fala alguma coisa ao casal, mas aqui não temos esse costume e meus votos tiveram que ser silenciados e compartilhados em uma oração.

Amigos, desejo a vocês muita saúde, pois a saúde é fundamental para se ter qualidade de vida.

Que haja alegria, pois toda relação precisa de bom humor para sobreviver.

Que haja o diálogo e a compreensão pois, como duas pessoas que são, nem sempre estarão de acordo e nem sempre terão o mesmo ponto de vista.

Que haja companheirismo e lealdade para que se cumpram os votos “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”.

Que haja fé e perseverança, pois elas ajudarão a superar as pedras que surgirão no caminho.

Que haja amizade entre vocês e com vocês, pois, pode parecer piegas, mas bons amigos são como anjos que Deus põe no nosso caminho para nos ajudar a enxergar coisas e soluções que não conseguimos sozinhos.

Que vocês constituam família, pois a família é o “de” e o “para” que motiva a vida.

Que haja muito amor, pois “ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine (1 Corintios 13)”.

E que vocês tenham uma vida longa para usufruir de tudo...

Felicidades ao casal!

'Tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era. Começou a acontecer uma coisa confusa na minha cabeça, essa história de não querer que ele soubesse que eu era eu...'


"Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é."Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Uma solidão de artista e um ar sensato de cientista… tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna."

."Tem umas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe.'
'O pior é que depois de todas as encenações, todas os choros, os apelos calados, as desejos feitos na tentativa de obter algum êxito...você cansa. Acostuma-se... Ele vai e resolve aparecer, assim..do nada, com palavras que ele sabe que de algum modo mexe com os meus sentimentos..'

'Outra coisa que penso quando me lembro daquelas uvas cor-de-rosa é que na vida, as coisas mais doces custam muito a amadurecer.'

'Mas estou disposto a correr o risco. É preciso agora concretizar a idéia. Tira-lá dos limites do pensamento, arranca-lá apenas do papel e torna-lá um pedaço de mim.'

'Não é raro, tropeço e caio. Às vezes, tombo feio de ralar o coração.'

'...Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.'

Caio Fernando Abreu

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Lá fora está chovendo...

Lá fora ouço a chuva fina caindo. Sinto o cheiro da terra molhada. “a terra molhada exala um cheiro penetrante, secreto, íntimo como de sexo ou sono...”* O dia está escuro pelas nuvens carregadas. Tornar-se difícil precisar as horas. “Um trovão explodiu distante, depois outro, mais perto. Um cão ganiu, depois uivou. Vai cair uma tempestade...”*

Os dias de chuva trazem consigo um sentimento de nostalgia, uma tristeza, uma vontade de fazer sabe lá o quê. Vai, chuva. Faz o teu papel de molhar a terra e permitir a vida e depois se vai. Não quero viver hoje apenas como se fosse mais um dia...

Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.

Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.

Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
Dentro do meu coração
”.

(Fernando Pessoa)

* Caio F – Onde andará Dulce Veiga?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ninguém conhece ninguém...

Hoje, numa conversa rotineira no salão (sim, porque toda mulher sabe que, no salão, todo mundo vira amiga de infância), uma moça tava compartilhando sua experiência fracassada de casamento. Seu ex-marido foi capaz de atos absurdos do qual ela disse que jamais imaginaria. No fim, ela concluiu: ninguém conhece ninguém!

Outro dia, durante as férias, assisti uma reportagem no Vídeo Show que falava sobre os artistas e as loucas cenas absurdamente românticas que faz a gente suspirar pensando no príncipe encantado. Eu sempre achei que seria impossível não se apaixonar de verdade pelo par romântico durante as gravações da novela e foi justamente isso que a reportagem do programa desmentiu. O entrevistador fez perguntas simples sobre o respectivo par romântico como, por exemplo, qual o dia do aniversário ou qual o nome da mãe dele (a) e nenhum ator/atriz soube responder. Eu achei aquilo um absurdo. Como pode você trabalhar tão intimamente com alguém e não saber responder umas perguntas bobas como aquelas?

Refletindo um pouco mais eu me dei conta que passo muito mais tempo com meus colegas de trabalho lá na agência do que com minha família e que também não sei nada sobre eles. Eu não to falando só de detalhes como data de aniversário, cor ou música preferida, mas coisas que interferem na personalidade de uma pessoa, como suas experiências, seus medos ou seus sonhos. Eu me dei conta que, na correria da vida, a gente esquece de falar sobre a gente mesmo e esquece de perguntar pelos outros. Vai apenas vivendo, seguindo na companhia de.

Ultimamente, venho tentando ampliar meu leque de amigos mas, para isso, é necessário conhecer mais e também compartilhar mais. Segundo o dicionário Wikipédia, “a amizade, em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição”.

É verdade que o ser humano é capaz de atos inexplicáveis, mas, grande parte da culpa pelo “ninguém conhece ninguém” é nossa que somos incapazes de aprofundar uma relação, de ouvir, de parar um instante para poder escutar um pouco mais, de aprofundar o diálogo e dividir experiências a fim de tornar possível o estreitamento de um vínculo.